Vi-te de longe no escuro
onde já não te esperava encontrar.
Não era a noite,
nem era o sono.
Nem falta de alma p'ra te procurar.
Fui-me chegando mais perto,
devagarinho para não pisar
o coração...
talvez o meu
bata tão forte para te avisar.
Há tantas vidas
sigo o cheiro
que me deixaste preso ás mãos
e me sufoca ao meio da noite
numa boa maldição
Há quantas vidas que eu desejo
ter mais coragem que paixão,
e confessar tudo o que o tempo
me guardou no coração
Não era falta de fé
ou confiança p'ra me revelar,
era só medo
que as tuas águas
fossem tão fundas que perdesse o pé.
Já me perdi no passado
por insistir em querer adivinhar
o que pensavas,
que não abrias
nenhuma porta para eu entrar.
Talvez mate o destino
de uma vez
se um beijo escorregar
mesmo á traição
Quem sabe
se no escuro a luz se acende
e então...
darás por todos
os recados que mandei.