Eu vinha voltando pra casa
Quando encontrei uma coisa jogada no chão
Parecia um monte de trapos
Um bicho, um lixo sujando a visão
Mas alguma coisa se mexia
E um sussurro me pedia um pouco de atenção
Que a vida é uma jogada
Cartada de nada, que lança
Lixo Humano
Uma garrafa de cana
Mostrava que a esmola era pra beber
Pra esquecer de sua miséria
Da praga e da fome
O que se há de fazer?
Mas a esperança é a última que morre
E o pobre trapo porre pede pão
E em troca recebe um escarro
Que estala certeiro na palma da mão
Lixo Humano
Qual reciclagem se pode fazer?
Lixo Humano
A escola da fome te ensina a viver
Lixo Humano
és homem, és fraco. de fato um rato
Um peso morto, porco
Jogado na lata de lixo
Lixo humano