Só peço a deus que me acompanhe, me abençoe onde quer que eu vá
Eu tô na vida, eu tô no mundo, eu tô aonde o destino mandar
Tô aqui no pé da ladeira
De frente pro morro da Mangueira
No trailer da mina
Tô quase na esquina
Do buraco quente
Embaixo do viaduto, e como tem gente
Gente que fica de zoeira
No samba, no baile a noite inteira
Que sai de manhã
Com sorriso lindo, largo que não tem tamanho
Pra quem tem juízo, Mangueira é uma mãe
Mangueira é uma mãe
Mangueira é uma mãe
Mangueira é uma mãe
E aqui estamos juntos no trailer da mina
Reverenciando o palácio do samba
Pensar que daqui saíram tantos bambas
Que a gente até treme no pé da colina
Daqui de baixo vejo o morro, uma comunidade
E quando chega fevereiro é carnaval na cidade
É verde e rosa as cores da Primeira Estação
E quando desce a ladeira
Sacode a poeira e anima o povão
O sobe-e-desce é constante
Gente do bem e do mal, tá servidão
O comentário é geral
Também pudera, eu tô falando de Mangueira
De gente que vive à beira da avenida
Visconde de niterói
É tanto beco, é tanta boca de siri nesse negócio
O morro é nosso!
Mas a pobreza é que dói
Tô no chalé
Na candelaria
Na olaria, fundação, eu tô na área
Tem Funk in Lata, tem swing, tem pagode
Na mangueira tem de tudo
Mas só para quem pode