Pra refazer o trabalho, pra semear minha vida
Já bate a cancela, bate o tempo do pilão
Já bate o atabaque rebatendo a imensidão
O céu pegando fogo uma estrela vai queimar
Eu sou quem me chama, eu não sou desse lugar
Serra do mar noite alta vou preparar minha volta
Já bate o remo n'água, bate o vento no veleiro
Matando minha mágoa, bate couro no terreiro
Na volta do caminho tem os anjos pra velar
A gente lá de casa bate roupa pra lavar
Pra renascer todo dia, pra descobrir o compasso
Já bate a correnteza, bate asa no sertão
O boi puxando o carro candieiro a direção
Meu filho me falava que o avô do meu avô
Na vida que levava muita pena se passou.