Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca sangras quando sofres
Guardas a dor dentro do cofre
Se alguém decifra o segredo
E se pica no teu ferrao azedo
Tu lambes-lhe o sangue do dedo
Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raca tao rara
Que tem no olhar o gelo quente
Se alguém te atinge o coracao
Aguentas o baque
De frente
E sentes uma oscilacao
Defendes-te com uma paixao competente
E encarnas tao impunemente
A pele de um animal de sangue quente
Que ama a sangue frio
Tu nunca choras ao ver sangue
Tu nunca ficas transparente
És daquela raca tao rara
Que tem no olhar o gelo quente
Gelo quente
Quente e frio