Nada novo no horizonte
Que reflete o pôr do sol
Que não vejo da janela
Que ilumina onde estou só
Vejo andando vários carros
Eles passam apressados
Rápidos, se vão
Eu, lento
Ouço cantando vários pássaros
Eu sorrio encantado
Vívidos, voam
Eu, mórbido
E como se estivesse esperando
Parado aqui, eu só olho, não ando
O nada canto e o nada dói
Nada novo no horizonte
Que responde à cor do Sol
Que é laranja cor de fim
Que não tarda escurecer
Vejo aves como flecha
Indo para algum lugar
Múltiplas, seguem
Eu, só
E como se estivesse esperando
Parado aqui, eu só olho, não ando
O nada canto
E o nada dói
Sinto o sol da tarde terminar
Indo junto, tudo que testemunhou
Ótimo, deita
Eu, nada
Eu? eu tava ali
Eu tava aqui
E do nada, por nada
O pôr do sol que se acaba
E não cala, alô quem fala?
Conectados a fio, vejo através de telas
Vejo feras em celas, gritando cancela
A noite caiu, até acendi uma vela
Que é só ela por ela, e a lua bela
Preta Izabela
Não é Cisderela
Mas roubei o sapato dela
Dos anseios diurnos
Na solitude noturna
Contando segundos
Colecionando segundas
Eu mudo plano de fundo
Faço plano de fuga
Esse é meu plano de fuga
Eu me desfaço, desfaleço e me refaço
Eu me embaraço, dou nó, faço até laço
Amanhã mais um dia, já já eu desembaraço?
Será que é menos um dia, já já e desembaraço...