Havia um bosque no sertão de minha terra
Entre a estrada e a fazenda onde eu morava
Para tomar a jardineira do outro lado
Por dentro dele muitas vezes atalhava
O sol varando a copa verde da floresta
Pingos de ouro no atalho derramava
Eu espantava borboletas pequeninas
Com o barulho do cipó que arrebentava
Quando eu corria pra tomar a jardineira
Que erguendo pó lá do outro morro buzinava
Hoje no atalho do meu peito abandonado
O meu destino a pisar folhas caídas
Cruza a floresta do outro lado do meu tempo
Pra ver os anos carregando minha vida
Hoje no atalho do meu peito abandonado
O meu destino a pisar folhas caídas
Cruza a floresta do outro lado do meu tempo
Pra ver os anos carregando minha vida
Admirava as flores brancas que se abriam
Pelo atalho com calor do sol da tarde
Naquela idade cor de rosa eu também era
Como um botão a se abrir na flor da idade
O sol menino derramava lá do alto
Sobre meus rastros, pingos de felicidade
Até que um dia o vendaval dos desenganos
Em pedacinhos fez a minha mocidade
Desesperado hoje eu grito e não encontro
O meu atalho na floresta da saudade
Hoje no atalho do meu peito abandonado
O meu destino a pisar folhas caídas
Cruza a floresta do outro lado do meu tempo
Pra ver os anos carregando minha vida
Hoje no atalho do meu peito abandonado
O meu destino a pisar folhas caídas
Cruza a floresta do outro lado do meu tempo
Pra ver os anos carregando minha vida