A tarde nubla, cara de chuva,
O sol já vai se pondo a mercê do horário.
Tudo conforme tudo normal
Relógio bate perna pela capital.
O mar de gente, num vai e vem
Anda pra frente pra lá e pra cá.
O asfalto treme e a torre dança
Compassada nessa andança sem ninguém dançar.
Pode se ver com toda nitidez,
Pode se olhar ao fim e através.
Ao vencedor, todos espólios
E um remédio pra curar a dor nos olhos.
Vai, corre o tempo vai
Pra eu poder correr em paz.
Novamente em paz.
Vai, corre mais veloz
Esse tempo tão algoz.