Um outro Samba
A deriva nesse barco uma voz vinda do mar
Sobreviva e persista que o mau tempo vai passar
E a força que me aquece é como o sol de oxalá
Navegando em um mar de pedra sob a bênção de yemanjá
Nosso som some no vento tal e qual a caipora
Propagando pensamentos que jamais vão embora
Toda mente se expande, todo mundo é qualquer um
Vou multiplicando poesia até virar lugar comum
Vem...
Faz outro samba pra mim...
Diz que está muito afim, meu bem
O olhar mais que a voz é quem diz
Todo início é começo do fim
Tá tudo bem, meu bem...
Mosqueteiros procurando marqueteiros pra matar
Ai meu Deus que haja um dia que eu sobreviva sem lutar
Tantas mentes contundentes enfrentando essa barbárie
Corações inundados de um amor bem rastafári
Coletivo criativo, um por todos Ubuntu!
Filosofia nessa vida pra gritar todos por um!
Viver não é preciso
É preciso navegar!
Sofre mais quem sempre busca ou quem não tem o que buscar?
Refrão
Nessa chuva eu sou o vento que se esquiva e logo escapa
Um Oxóssi em movimento é de cimento a minha mata
Entre o concreto e o abstrato brota o verde na cidade
Resistência pra beleza e resiliência pro covarde
Cantando como um bobo, devorando as madrugadas
Girando num Globo de informações desencontradas
Efemérides suicidas Pra Poder Ressuscitar
Viver não é preciso é preciso navegar
Refrão