Meu coração é um poço
Nele cai quando moço
Gosto do céu bem azul
Quando o sol queima a pele do meu rosto
Pego-me em um pensamento
Quero voltar a ser vento
Sem cor e voar
No meu tempo
Sou a sobra da minha sorte
Muito medo muito sangue e morte
Só me resta continuar
Andar, andar, andar
Lascas de um dia passado
Farpas num peito gelado
Perfuram a noite ao silêncio de um céu estrelado
Minha poesia torta
Contra tudo que me enforca
Só preciso saber
Que ela não está morta