Brilhou o horizonte,
Senti fraquejarem as pernas,
Não pude lutar.
O tempo parou,
Em meu sono profundo,
Mil gritos a me atormentar.
A névoa em meus olhos
Sumiu de repente,
Meu mundo se encheu de terror.
Andei entre corpos,
Inertes lembranças,
Que a morte lhes poupe a dor.
As vozes ecoam,
Eu já não consigo lembrar.
As sombras assustam bem mais
Que os olhos a me espreitar.
A morte acompanha meus passos,
Eu sou o juízo final.
De dia descanso em seus braços,
A noite sou seu ritual.
Os rostos sofridos,
Marcados da vida,
Agora calmos, sem temor.
Me trazem lembranças,
Histórias perdidas
Que o tempo jamais resgatou.
Quem tem a razão?
Qual causa é mais nobre?
De quem devo eu me vingar?
Não há inimigo
No meu horizonte,
Só fogo e fumaça no ar.