É preciso matar amores na retorta
Antes que virem rosas radiantes
Antes que fulgurem luas cloróticas
Atuando no espelho feito alfanjes
É mister soterrar canções almiscaradas
Antes que o peito exploda noite afora
E o coração flutue pela poalha
Atalaia de auroras viciosas
É preciso ser o seco, o hirto, o oco
Trucidar em botão o riso ébrio
Conhecer que as belezas guardam logros
E que as musas criam tênias de dez metros
Há que crucificar falenas na cortiça
Ou serão mensageiras da esperança
É melhor mumificar a vida
A fim de que ela seja inteira e branca