Meu pai rei dos boiadeiros
Vendia gado e comprava
Eu bem desde pequenino
Nas viagens me levava
Idade de 15 anos
A dura lida enfrentava
Meu baio se adivertia
Quando a boiada estourava.
Pra deixar de boiadeiro
Por mamãe fui obrigado
Eu quero ver o meu filho
Um grande homem estudado
Que tristeza para mim
Num colégio internado
larguei mão dos meus estudos
E voltei lidá com gado.
Me chamo João Boiadeiro
Sou caboclo arrespeitado
Pelo toque do berrante
Eu já sei que estou magoado
Disfarço na minha viola
Meu coração machucado
Recordando da morena
Que ficou lá noutro Estado.
Trinta anos boiadeiro
Essa lida não me cansa
Leitura dá pro meu gasto
Assino cheque de fiança
Já comprei muitas fazendas
Tenho meus peão de confiança
Minha cabocla me alegra
Recordando a nossa infância.
Homenagem ao amigo João Rigueto, grande boiadeiro de Bauru.