Reza a lenda que o presságio
Atrasa a renda do apanágio
Tolos e reis o mesmo sereis
A terra treme e o mar agita
O povo teme e o medo suscita
Sobrevivência sem cadência
O vento engana a rosa
A lua traz a maré
A roda gira, a roda gira
Não há jeito de travar
O jogo vira, o jogo vira
Não há como escapar
Polinia erguida e invencível
Saudade sofrida e sucessível
Inerente e persistente
Tom firme e frio de glaciar
Tom surdo de silenciar
Os demais e os ademais
O tento escreve em prosa
Enquanto bardo perde a ré
A roda gira, a roda gira
Não há jeito de travar
O jogo vira, o jogo vira
Não há como escapar
Do cubo de gelo ao naufrágio
Ponta de sincelo contra o adágio
Cambaleante e hesitante
Quem se afoga e quem se viu
Quem arde, volta chama a seu pavio
Quem faz de deus acolhe adeus
Cai o Carmo e a Trindade
Cai o mastro e a majestade
A roda gira, a roda gira
Não há jeito de travar
O jogo vira, o jogo vira
Não há como escapar