Eu anoiteci, e você nunca deixou amolecer
Sempre ali, no tesão
Mas só quando eu e você
Eu anoiteci, você só endureceu
Sempre ali, notesão
Na presença e só, na falta solidão
Não que tenha sido ruim
Quem é da feira sabe quem é caju
Mas não tá bom pra mim
Não que tenha sido ruim
Quem é da feira sabe quem é caju
E compra mesmo assim
Dele tudo se aproveita
O suco, a castanha, as flores, a seiva.
Da madeira ao bagaço
Pseudofruto, chega, não dê nem mais um passo
Não tá bom pra mim. Não assim, secando meus vasos.
Minha boca travada por causa da carne que aborrece
Pseudofruto, hoje, só hoje aparece
Eu querendo ou não a feira sempre amanhece
E aí esquece, ou eu seco meus vasos,
Ou a falta me adoece.