Vamos ambos pela mão
De duas rimas de Fado
Aos Bairros com tradição
Da boémia e do passado
Não quero entrar em despique
Mas se o quizesse fazer
Seria Campo d'Ourique
O primeiro a inaltecer
Mas o Bairro de mais fama
Mais Fadista mais Marujo
É a linda e velha Alfama
Do Norberto de Araújo
Lembra mais a nostalgia
Embora do mesmo agrado
Dum resto de Mouraria
Que ainda tem sabor a Fado
Bairros que o Povo acarinha
Tornam mais bela e fagueira
Esta Lisboa vélhinha
Tão vélhina e menineira
Esse Povo audaz boémio
Que Viveu em sobressalto
Era amigo, era irmão gémeo
Dos faias do Bairro Alto
Entre os bairros de Lisboa
Há um que é sempre criança
Vê lá bem se a Madragoa
Não Vive cheia de esperança
No pensamento nos passa
Essa boémia sem par
Que foi de Belém á Graça
De Benfica ao Lumiar
A tradição nunca finda
Ainda ninguém a matou
E o presente vive ainda
Do passado que ficou
E pronto a volta está finda
Para que andar mais á toa
Se Lisboa é toda linda
Se o nosso Bairro é LISBOA