Assim começa o surungo
Mesclando fumaça a poeira
Por do quarto entupida
E a mulherada em fileira
Preta, morena e mulata
Casada, viúva e solteira
Loucas pra coçar o garrão
Num manqueijar de vaneira
...E nisso se ouvi um grito
Indiada vocês me ouçam
Dá uma folguita pros velhos
E saim de riba das moças...
A meia noite uma polca
Pras damas, pra o arremate
Pra ver quem gosta de quem
O verso faz o combate
Depois vão lá pra cozinha
Pra descançar o alcatre
Pra comer feijão mexido
E guerudo com chá de mate
Nossa vaneira
É na vaneira que e vou pra sala
E sapateio na madrugada
Sou da fronteira, nasci campeiro
Sou bom de dança e sou baileiro
...Essa vaneira tem o jeito dessa terra
Tem a ginga da morena
Nas manhãs de primavera