[ Featuring Vitor Araujo ]
E quem me vê no palco tão serena
Tão segura e poderosa
Radiante de emoções
Não pode adivinhar o meu trabalho
Faxineira das canções
No camarim as rosas vão murchando
E o contrarregra dá o último sinal
As luzes da plateia vão se amortecendo
E a orquestra ataca o acorde inicial
No camarim nem sempre há euforia
Artista de mim mesmo nem posso fracassar
Releio os bilhetes pregados no espelho
Me pedem que jamais eu deixe de cantar
Caminho lentamente e entro em contraluz
E a garganta acende um verso embriagador
O corpo se agita e chove pelos olhos
E um aplauso escorre em cada refletor
Pisando esta ribalta, olhando pra vocês
De nada sinto falta, sou eu mais uma vez
As rosas vão murchar, mas outras nascerão
Cigarras sempre cantam, seja ou não verão
Seja ou não verão