O meu mundo é um quarto de 9 metros quadrados
Raramente saio, falto demasiado à uni
Deito-me mal o sol se expõe, acordo e já ele se foi
Mais um dia de noite, mais uma volta para fumar
Perco-me nos poemas que escrevo
Nos filmes que vejo, nos livros que leio
Na música que oiço, na procura insana de saber quem sou
Sempre fixo no chão que piso
Tudo é escuro aqui, e eu vim estudar-me a mim
O teu frio gela-me, Londres
Encontra-me trémulo no vento cortante da tua ponte
Tamisa és feio e sujo, cativas-me o olhar e penso, para variar
E claro não vou pensar em sol, deixa-me
A Sós
A Sós
A Sós
A Sós
Conheci um people
Às vezes bebo com eles, quando não aguento mais
Às vezes fico, não me identifico
Perdi o fio à manada
Sinto-me algo distante de todos
Constantemente em devaneios
A ouvir tão para além do que oiço
Matando quem não quero ser aos poucos
Sou um humano diferente dos outros
Então mantenho-me
A Sós
A Sós
A Sós
A Sós
Acho que esta melancolia se enraizou em mim
Foi tudo o que sobrou de ti, e eu nunca te quis perder
Sinto falta, às vezes falas
Às vezes calo-me pa ser forte
Não voltar a nós, choro sempre após
O tempo bate, dezoito
Não temos quinze a voar
Para outra parte do globo
Somos cinzas no ar
E o vento guia-nos a sorte
Separados de novo
Tu dum lado eu do outro
Não é nada do que eu tinha imaginado
Agora é triste o que faço
Fodo-as a amar-te tanto, quase nem levanto o caralho
Tudo é sem sal, e eu fui doce do princípio a ti
O gozo foi-se, hoje sou aquilo que nunca quis
Passo tempo a ver se passa o tempo,
Há tanto que escrevo, não aguento mais - bazo
Pa sempre impulsivo demais,
Pára!
Penso que
Pára!
Pega a cena, paga e sai da off license
Eu tou no centro da cidade
No cerne da saudade
Na estátua do cupido
Sentado à luz de Picadilly
Um saco com cinco birras
Um maço para matar
Tiro os phones dos ouvidos e oiço a capital
Falar sozinho é usual
Caminho nunca igual
Aos vivos da minha espécie
Péssimo se o que falo não percebem
A solidão arrepia
No meio multidão eu sinto-me
A Sós
A Sós
A Sós
A Sós