Nas águas de um rio
Yandê se debruçou
Um reflexo de luz distante
Rastro do dia errante
Seu coração aqueceu
Yandê de pura beleza
Luzeiro do firmamento
Por Coará se apaixonou
E o seu sonho de amor desfeito
Transformou-se em lamento
Gira Yandê...Gira Yandê...
Buscando a firmeza de Coará
Gira Yandê no céu de Raíra
Pra dizer do seu amor
Pelo guerreiro forte e brilhante
Gira Yandê...Gira Yandê...
O giro de Yandê enamorada
Por toda a noite
Até a madrugada
Só terminava quando raiava o dia
E os dois nunca se encontravam
Yandê chorou
Ao ver que o seu amor
E o seu sonho de apaixonada
Nunca se realizaria
Gira Yandê...Gira Yandê...
* Yandê: a lua, dialeto hixkariana, antigo tronco
tupi.
* Coará: contração de Coaracy, o sol em tupi.
* Raíra: o céu; a força primeira.