Uma milonga pachola
Pra se cantar a vida inteira
Tem que ser flor de campeira
Como um laço a bate cola
Tem que falar de cavalos
De tombos e gauchadas
Rodeios nas madrugadas
Contraponteando com os galos
Saudades da sesta boa
No galpão onde eu encilho
Meu pingo quebrando
Milho pelas tardes de garoa
Milonga flor de campeira
Que canto de pelo a pelo
Se cada verso é um sinuelo
Pra outro que vem de atrás
De faceiro encilho rindo esse potro colorado
Pois quando estou bem montado até o dia fica mais lindo
Cavalo que corcoveia conheço ao meter o freio
Não tiro pra os meus arreios se for mesquinho da oreia
Eu posso ser feio assim mas quando encilho meu mouro
Falta janela no povo pras moças olharem pra mim
Milonga flor de campeira
Que canto de pelo a pelo
Se cada verso é um sinuelo
Pra outro que vem de atrás