Abre também a tua voz e vem comigo
Não cantaremos nunca mais o fado antigo.
Agora
Em cada verso há um homem que não chora
E o futuro é o sítio onde se mora.
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa.
Amigo
Vou-te dizer palavras loiras como o trigo
Hoje cantar é aprender a estar contigo.
Agora
Cada palavra tem o gosto duma amora
Que a gente apanha e morde pela vida fora.
Cantar é ter um sol dentro da voz
E repartir o sol por todos nós.
Cantar é não estarmos sós.
Amigo
Vou-te bater com as palavras ao postigo
Escuta o sentido das noticias que te digo:
Agora
Cada canção terá a força duma aurora
Que a gente acende e leva pela vida fora.
Cantar é ser um pássaro de esperança
Poisado no olhar duma criança
Que de olhar nunca se cansa.
Amigo
Não tenhas medo do cansaço ou do castigo
A nossa voz dá-nos calor, dá-nos abrigo.
A hora
É de mandarmos a saudade e o choro embora
E noutro fado desgarrarmos vida fora. (bis)