Meu amor dormindo
Meu sonho acordado
Teu ventre parindo
Um cravo encarnado.
Onde é que tu moras
Meu lençol de espanto
Por quem é que choras
Quando eu te canto.
Aqui
À procura de ti nesta canção
Vou dando tudo em troca desse não
Que faz do meu poema solidão.
Aqui
Tão só como a certeza em que te espero
Dentro de mim renasce o desespero
Por tudo o que eu não amo o que eu não quero.
Aqui
Entre rosas de raiva e de tormento
Trago anéis de silêncio e sofrimento
Conto as forças de sangue que há no vento.
Aqui
Tenho a fúria nos dedos desenhada
Farei do nosso amor a barricada
Perdendo quase tudo quase nada.
Meu amor dormindo
Meu sonho acordado
Teu ventre parindo
Um cravo encarnado.
Onde é que tu moras
Meu lençol de espanto
Por quem é que choras
Quando eu te canto.
Meu azul doendo
Meu barco parado
Pássaro morrendo
Mas sem ter votado