De que me adianta viver na cidade
Se a felicidade não me acompanhar
Adeus paulistinha do meu coração
Lá pro meu sertão eu quero voltar
Ver a madrugada, quando a passarada
Fazendo alvorada, começa a cantar
Com satisfação, arreio o burrão
Cortando estradão, saio a galopar
E vou escutando o gado berrando
Sabiá cantando no jequitibá
Pra minha mãezinha já telegrafei
E já me cansei de tanto sofrer
Nesta madrugada estarei de partida
Pra terra querida que me viu nascer
Já ouço sonhando o galo cantando
O inhambu piando no escurecer
A lua prateada clareando a estrada
A relva molhada desde o anoitecer
Eu preciso ir pra ver tudo ali
Foi lá que nasci, lá quero morrer
Viajando pra Mato Grosso, Aparecida do Taboado
Lá conheci uma morena, que me deixou amarrado
Deixei a linda pequena por Deus confesso desconsolado
Mudei o jeito de ser
Bebendo pra esquecer, sessenta dias apaixonado
Se alguém fala em Mato Grosso eu sinto o peito despedaçado
O pranto rola depressa, no meu rosto já cansado
Jamais eu esquecerei Aparecida do Taboado
Deixei a minha querida, deixei minha própria vida
Sessenta dias apaixonado
Deixei a minha querida, deixei minha própria vida
Sessenta dias apaixonado