Das Mansas tardes paulistanas, tentas te
Lembrar
Do cheiro ameno das manhãs, correndo
Contra o mar
Teus marinheiros de água doce, teus
Nadadores matinais
Se a correnteza do tempo, voltasse atrás
Das festas nos fins de semana, tentas te
Esquecer
Vermelhas faces italianas, sorrindo ao te ver
Estudantadas noite adentro
Belas francesas de aluguel
E a Lua cheia em teu peito, olhando o céu
Já não serve aos passarinhos
Pobre fonte envenenada
Já não move mais moinhos
Teu pranto de águas passadas
Ao gosto das marolas, dos lambaris
Flutuavas, fluindo em paz
Tempo feliz, que a correnteza levou
Pra nunca mais
Arrasta então tuas correntes
Fantasma, fétido e baldio
Ainda és maior que a tua gente
Meu Rio