Agora falas de mansinho por desprezo ou defeito
Eu era quem te dava carinho, agora nem te dou respeito
Porque mereces o que sofres, e se sofres eu vejo
Num dia eu era nada, no outro devia um beijo
A dor por ti criada não dava aso a nenhum Romeu
Essa dor que não leva a nada, esse nada não sou eu
Essa tua esperançosa nova rosa dos ventos
Essa tua nova escolha que te levou e não é por menos
Mas vens-me tu, com coversas de mulher feita
Se queres um homem perfeito, sê tu mulher perfeita
E se seguir a tua linha de pensamento surreal
Então todo o homem é vil, cruel e um ser fatal
Falas de noções, de liberdade e condições
Das-me tempo e situações, dás-me tudo menos razões
Eu queria ouvir sermões, estudar as direções
Perceber as tuas razões mas nunca foste de ouvir lições
Eu fiz-te a vontade, nunca mais voltei
Agora por vaidade, palavras que eu deixei
Deixo-te a verdade, essa que nunca contei
Eu contigo não vai dar, só houve uma que eu amei
E não mereces quem eu sou
E não discutas que eu não vou
Eu não mudo, eu não mudei
Sai do mundo que eu criei
E não mereceste o que eu fiz
E tudo o que dei para ti
Eu não mudo, eu não mudei
Esse mundo era real para mim
Derramei suor, mas a lagrima escorria
Eu sentia-me usado porque nunca foste minha
Mas eu era teu e tenho odio disso
Como se de todas as conversas não resultasse juizo
Eras uma tatuagem, dificil de tirar
Não era o odio por ti, era a questão de eu não te amar
Eu lutava, não sentia, eu sentia a tua dor
Mas dai a rebaixares-me, tu so fizeste pior
Acordaste o meu ego, esse monstro franco
Essa dor inquestionavel deu comigo manso
E com duas bofetadas, agua fria na cara
Corrigi a postura errada, disse-te até para o ano
Agora que te vejo quero tanta distância
Juro um dia ser capaz de ser feliz sem pressa
Mas hoje eu tenho pressa de ser mais que sempre fora
E essa imagem não é tua por teres-te mandado embora
Agora que sabes os podres, as coisas boas e foste
Ainda há quem goste, em hoste e desencoste
E eu já sou mais que ontem, obrigado a ti
Superei toda esta dor que contigo sofri
Sou a melhor versão de mim, sei agora que mereço
Ser o melhor Don Simon, esse apresso não tem preço
Mas o extenso e denso fumo preto imenso de duvidas que tinha
Desapareceram todas e já não me sinto preso
Melhor fui eu sem ti, ei de continuar a sê-lo
Obrigado a quem eu fui, e a quem fizeste vê-lo
Agora sou mais que grande, se não sou faço por sê-lo
Um dia voltas para trás e dirás "gostava dele"
Mas hoje sou mais um numa extensa lista de erros
Mas eu sou como nenhum, nunca me compares a eles
Porque tenho a sensatez, a razão e a avidez
De contar até três e ver o que fomos e sêr-mos