A superfície ontológica
Esconde um fundo obscuro
Naves navegam sobre o cais
A máquina da mídia cospe
Na sua cara um novo herói
Que a gente sempre endeusa demais
Perceba na sua antena quantas cópias do problema
Com a violência pregam a paz
E o mestre do ventríloquo
Transparente feito acrílico
Nos faz acreditar de novo
Seremos almas inocentes
Presas entre os dentes do lobo
Por enquanto somos um sonâmbulo
E a humanidade corre em círculos
Como um antílope e um leão
Fugindo em direção ao abismo
Atualize seu sobrenome
É muito bonito mas não mata a fome
Frágil a um perigo invisível
A passos largos sempre com pressa
Tropeçamos nas próprias pernas
A evolução se tornou perecível
Eu virei uma engrenagem
Que mantém a rotação
E faça que a festa não desabe
Um desastre ecológico
É a última opção
Pro ser humano perceber quão metódico
Virou a obsessão de expandir a sua jaula
Ao invés de fugir do zoológico
Não troque a sua cela
Por uma outra cela mais bonita
Quebre as grades e corra contra o ódio