Olhar redondo para o mar
Vejo homens perdidos sem saber remar
Viajam só para servir seu altar
Sonhar em partir sem voltar
Ao longe já se vê
O aperto de um coração
Que evita o que os olhos não veem
E afasta que as mãos não apertam
E sente-se o frio nos ossos
Contra o calor de uma decisão
Retratando em todos os esboços
O aperto de um coração
Sei que não podes ficar à espera
De um amor de verão
De outra primavera
Não podes esperar que o mar venha até ti
Mas não podes deixar
Não podes deixar
Ir em vão o que é para nós
Se é para libertar, que seja uma má decisão
E prende-se a respiração
E o peito carregado de orgulho dá voltas
E serve de rosto à lição
Como caso bicudo que volta a surgir
No auge da complicação
Tentam-se encobrir rastos passados em noites
Depois de uma má decisão
Lidemos o que há de vir
Sei que não podes ficar à espera
De um amor de verão
De outra primavera
Não podes esperar que o mar venha até ti
Mas não podes deixar
Não podes deixar
Ir em vão o que é para nós
Se é para libertar, que seja uma má decisão
Os homens decidem sair sem pensar
No olhar daqueles que olham redondos para o mar
Viagens perdidas na aposta em voltar
Na fé desmedida no próprio altar