[ Featuring Mariana Baltar ]
Os Arcos - Paixão e Morte ( João Bosco e Aldir Blanc)
Cenário, cenário, cenário
A Lapa, os Arcos, os Arcos, os Arcos
Tempo, tempo, tempo
República Velha, Estado Novo, novo tempo
A dança da morte ainda pode ser ouvida
E os dragões da independência estão vivos
Pois respiram
Em torno
As moscas e o tempo
As moscas e o tempo
Em torno
Os tenentes do diabo comandam as borboletas
Tenentes purificados não ousam vencer
Os tristes limites de segurança
Não ousam romper os Arcos
Sua imagem e semelhança
Os mortos passam tranquilos
Na capa de seus mistérios
No cemitério da Lapa
Os apóstolos chegaram de bonde
De terno branco, pés descalços
As cabeças coroadas
De folhas de arruda nova
E lentamente seguiram
Pelo Largo da Lapa
Pelo Largo da Lapa
Pelo Largo da Lapa
E depois de pé sob os Arcos
Imóveis sob os Arcos
Acenderam suas velas
Cantando samba de roda
De repente, dos bueiros
Saem os deuses da Lapa
E caminham como sombra
Para o encontro nos Arcos
No fim da terceira noite
As velas são apagadas
E os apóstolos recobrem
O corpo sujo dos deuses
De carne morena e santa
Luz del Fuego, deusa chique del Novo México
Dança rumba com o estrangulador do beco
Que tem nas mãos a paixão de suas vítimas
Rumo ao palanque aceso sobre os Arcos
Entre bandeiras e gritos de vitória
O povo bêbado de sangue e água benta
Dança a valsa da morte e esquece o resto
Entre o riso e o transloucado gesto
Mariana Baltar - voz
Rui Alvim - clarinete, clarone, sax soprano e sax alto
Marcílio Lopes - bandolim
Jayme Vignoli - cavaquinho
Luiz Flavio Alcofra - violão
Josimar Carneiro - violão sete cordas
André Boxexa - bateria, apito, bambu, bells, bongô, caixeta, cowbell, flexatone, finger cymbal, percussão no piano, radiografia, reco-reco, sino, sinos tubulares e triângulo
Arranjo: Josimar Carneiro