Carro de boi na sucata do destino
Você é o ouro fino, polegar da minha mão
Sua cantiga sua marca registrada
Privilégio da estrada, patrimônio do sertão
A sua mesa machucada pelos fueiros
E o toque do carreiro com a vara de ferrão
Ao cabeçalho prende a canga que perdeu
O mugido que prendeu, pra deixar rastros no chão
Esteira verde, laço, corda, boi boiada
Uma rede pendurada, balançando no meu ser
Carro e carreiro, curva, serra, chão caminho
No ranchão estão juntinhos definhando até morrer
Carro do boi da cartilha da infância
Num sotaque de criança, foi gigante sem saber
Deixei o lápis, fiz a vara de ferrão
Espetei minha emoção, quando vim lhe conhecer
Porém agora machucado pelos fueiros
Lá se vão carro e carreiro, pra sucata sem querer
Carro de boi por favor me empreste a mesa
Quero por minha pobreza, e depois lhe agradecer
Esteira verde, laço, corda, boi boiada
Uma rede pendurada, balançando no meu ser
Carro e carreiro, curva, serra, chão caminho
No ranchão estão juntinhos definhando até morrer