Foi num desses feriados
Não foi páscoa nem finados
Era um sete de setembro
Ou algo assim, eu não me lembro
A idéia era ir pra praia
Mas seguimos pra Atibaia
Pra acabar não demorando
Fomos pra terra do morango
Numa casa interessante
Bem vistosa, muito grande
Dessas onde a coisa flui
A gente chega e já intui
Vou contar com detalhe
Nessa casa teve o baile
Mais bacana que eu já fui
Como a chuva não parava
E no andar que a coisa estava
Alguém da turma socorreu
E eu acho mesmo é que fui eu
Vamos arrumar a casa
E fazer um baile em gala
Arrebentar a baloneta
Estourar o bico da corneta
Todo mundo trabalhando
Preparando, arrumando
Nos valemos do tripé
Cerveja, uísque e canapé
Os convidados chegando
E os vizinhos estranhando
O movimento da maré
É muita pompa pra ralé
Começava então a festa
Com a presença e o peso extra
De Boaro e Genereze
Que isso é festa que se preze
Só se via elegância
E sem nenhuma relutância
Entornamos o elixir
E o bom estava ainda por vir
Comecei fazendo graça
Fui tirar a minha calça
Pra trocar com a da mocinha
E todo mundo entrou na minha
Sem largar a caneca
Os homens todos de cueca
E as moças todas de calcinha
Meu deus do céu que sorte a minha
E a coisa prosseguiu
Desenvolveu, evoluiu
Dançando Gil, Noel, Sinatra
E ainda teve serenata
Era muita liberdade
E aquela ansiedade
Com o próspero cenário
E se acabando o vestuário
E a festa esquentando
Todo mundo se animando
E eu pensei vou me dar bem
Mas a festa teve um porém
Foi pro Guinness o dia
Da mais incrível orgia
Onde ninguém comeu ninguém
Isso eu me lembro muito bem