Olho, osso
Desde sempre estático
Presos contra o pórtico
Público enigmático
E ao voltar à gruta, julgado louco
O homem posto burro talvez desista um pouco
Enquanto lambe as feridas não perde a esperança
Mas, mudado o homem, muda-se a confiança
Triste sorte! O único
Solto desta gruta vê
Que até então não viu mais do que
Fantasmas e o novo mundo parece-lhe miragem
E ao voltar à gruta, julgado louco
O homem posto burro talvez desista um pouco
Enquanto lambe as feridas não perde a esperança
Mas, mudado o homem, muda-se a confiança
São precisos mil anos para cegos olhos se habituarem à nova luz
E ao voltar à gruta, julgado louco
O homem posto burro talvez desista um pouco
Enquanto lambe as feridas não perde a esperança
Mas mudado o homem...