Rabo entre as pernas
Tranca a porta, engole o dia
Dorme com a luz acesa
Repete a versão
Suor frio, intermitente
E um risinho nervoso
Espelho farto de ver
Essa cara de pau
Cerra os lábios entre os dentes
Dúvida sem boca
De quem foges tu agora
Que te resta vender?
Bala, canivete, faca, pedra e pau
Sai de casa sem chegar
Esfrega o rosto à manga
Testa a própria mente
Sabem lá o que é ter de ir
Devagar vigia atrás do ombro
Vai colher sem demora o seu terror
Cospe já a bíblia que jamais
Te vai curar em nada
Chega a tremer
Nem sei como abre a boca
Sempre uma desculpa nova
Está tão sério assim
Com a sua gravatinha
Senta, rebola
Devagar vigia atrás do ombro
Vai colher sem demora o seu terror
Cospe já a bíblia que jamais
Te vai curar
Não te vai curar em nada