Eu tenho compulsão pelo sofrer,
Mas trato o sofrimento com humor
E nego o lado amargo do querer
Zombando da ilusão do grande amor.
Se gosto de chorar as minhas mágoas,
Também debocho delas sem querer;
Meus olhos são enormes poças d?água
Que correm para o lago do prazer.
Sou meio tragicômica, talvez;
Eu choro, dou risada, me exaspero.
Não podem me culpar, se Deus me fez
Com alma transbordante de bolero.