Vem de mansinho
Mas eu ouço
E a nuca fica em sentido
Delicada
Sussurra-me ao ouvido
'Posso-te levar no meu bolso?'
(E eu) Sem lhe dar nada a entender
Começo a tentar encolher
E eu nunca vi o tal
Sei que é provável
Que isto seja sazonal
Mas confio no condão
Que tem de fazer
O ano inteiro ser Verão
Não gosta que a veja a dançar
(Então) Ponho uma venda e sinto o ar
Só que espreito
E com um gesto
Ela diz que me adora
E eu não consigo respirar
Só me sai uma piada para tentar aliviar
Mas manda-me um olhar de lado e levo um soco no peito
Que mete a
Realidade no lugar
E a pergunta a pairar:
'Se estou a dois passos de me encontrar
A quantos estou de tropeçar?'
E eu nunca vi o tal
Sei que é provável
Que isto seja sazonal
Mas confio no condão
Que tem de fazer
O ano inteiro ser Verão
Quatro da manhã
E estou meio tocado
Origamis e chuva pintam-me um quadro
Fugimos para o Japão
Sem bagagem na mão
Ou estou a levar isto longe demais
É que eu nunca vi o tal
Tenho a certeza que não é sazonal
E confio no condão
Que tem de fazer
O ano inteiro ser Verão