Na cidade de cabeça-pra-baixo
A gente usa o teto como capacho
Ninguém precisa morrer
Pra conseguir o Paraíso no alto
O céu já está no asfalto
Na cidade de cabeça-pra-baixo
Dinheiro é fruta que apodrece nos cacho
Ninguém precisa correr
Nem tem idéia do que é calendário
Num tem problema de horário
(na cidade)
É tão bonito ver o sorriso do povo
Que habita o lugar
Olhar pra cima e ver a espuma das ondas
Se quebrando no ar...
Na cidade de cabeça-prá-baixo
A gente usa o teto como capacho
Ninguém precisa fazer
Nenhuma coisa que não tenha vontade
Vou me mudar prá cidade
Pra cidade-de-cabeça-pra-baixo.
Raul Santos Seixas
Cláudio Roberto Andrade de Azeredo