(R. Seixas, 1974)
Ói, ói o trem
Vem surgindo detrás das montanhas azuis, olhe o trem
Ói, já evem
Vem trazendo de longe as cinzas do velho Aeon
Ói, já evem
Fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ói, ói o trem
Não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem
Quem vai chorar?
Quem vai sorrir?
Quem vai ficar?
Quem vai partir?
Pois o trem está chegando
Tá chegando na estação
É o trem das 7 horas
É o trem das sete obras
É o último do sertão
Ói, ói o céu
Já não é o mesmo que você conheceu,
não é mais Vê, ói que céu É
um céu carregado, rajado e suspenso no ar É o sinal das
trombetas, dos anjos e dos guardiões Ói, lá vem
Deus Deslizando no céu entre brumas e mil megatões
Ói, ói o mal Vem de braços e abraços com o
Bem Num romance astral...
André Velloso - Rio de Janeiro, Brazil