Asas de metal num pote de geleia
Sobram paus de incenso no altar da minha veia
Cravo e canela ao longo da estrada
Entre as brumas da memória não há rede não há nada
Enquanto dura o teu engano
Enquanto a névoa beija o teu silêncio
Bate veloz o coração de enxofre até ao infinito
O anjo cego desenha cruzes no paraíso perdido
A minha cara é um retrato a preto e branco
O sonho inventado dilui o meu olhar
No som roubado na dor sem cessar
Fujo do corpo parasita no dia do juízo final
Vou ao céu mas já não volto no dia do juízo final
Não mais deixarei de bater à tua janela