Agarrei-me à música como um agrafador
Rimo suave como um afagador
Se afogo as minhas mágoas num palito de vapor
Somos paletes deles ao vivo e a cores
A pele é questão
Porque vemos de demais, sem os outros quatro sentidos
Somos superficiais
A história do cirurgião com tatuagens
Experiências sociais numa sala em escuridão e cinco gajos
(cinco gajos no escuro?)
É incrível o que há se procurarmos
Eu procuro no incrível
Cadeados
Foram postos no portão
Mas arrombá-lo é só fazer os que se importam atravessá-lo
Não façam barulho, deixem-se estar calados
Se é por orgulho
Ainda são mais parvos
O produto interno bruto não vos deixa envergonhados
Queimem é o bagulho e fiquem descontrolados
Fecha a matraca, usa a matraca
Arma na mão, dispara
A arma encrava, a faca partiu-se
Era de plástico, assumiu-se
A eletrónica dromina e endromina-se
A minha eletricidade é da China
Imagina-se uma corrente sanguínea com portagens
Através de um chip que a cada viagem no sangue ouves um *bip*
Eu ouço é um boom bap e fico positivo
Baloiço entre um rap e um introspetivo
(não não não)
Não quero perder esta intensidade
(não não não)
Espero ser um ser em cima de ser e estar
Não façam barulho, deixem-se estar calados
Se é por orgulho
Ainda são mais pagos
O produto interno bruto não vos deixa envergonhados
Queimem é o bagulho e fiquem descontrolados