Um novo temporal
Eu tenho em mim um ser que faz estragos
Mas que não me lembra em nada
Ele guia meus atos
Toma conta de minha voz
Me leva à baixo
De sua loucura eu sou o hóspede
Ele cresce à cada culpa
Se alimenta de minhas dores
Eu bem procuro o remédio
Uivo para que ajudem-me
Nada tem comparação
Ele está junto do meu rosto
Eu sinto subir em mim
Um novo temporal
Prestes a fulminar-me
Prestes a seguir ainda uma vez
Às vezes cansado de lutar
Eu hesito em lhe abandonar
Meu envelope carnal
Se eu pudesse recair
E à minha torre morar
O corpo e o espírito perdido