De uniforme na calçada,
Anda sem saber por quem.
Mas desforme, descalçada,
Aprendeu que não seria alguém.
Reflete no infinito do teu olhar,
Depois pede licença,
Acomoda, se aguenta
E torce pro trem não se atrasar.
"Se esforça e corre,
Pro sonho realizar".
Quase não dorme,
Nem dá tempo pra sonhar.
Com um pouco de sorte
O trem pode esvaziar.
Se entretém numa tela e
Observa quem chegou lá.
Já nasceu lá, será?
Melhor mesmo nem pensar.
Encalçada, o trem não esvazia
Por nada.