Pouca terra, pouca terra
O comboio vai parar
E nós a ver o mar
Pouca terra, minha terra
Muita terra por andar
E nós a ver o mar
Sempre a ver navios lá ao longe a passar
A caminho do horizonte
Como se o destino nunca fosse mudar
Ou não se lembrasse da gente
Barlavento, sotavento
Cataventos a soprar
E nós a ver o mar
Pouca terra, pouca terra
Terra à vista de alcançar
E nós a ver o mar
Sempre a ver fantasmas lá ao longe a espreitar
Brumas, nevoeiros, tormentas
Hoje é maré alta, amanhã vou zarpar
Lua cheia quebra o encanto
Sebastião ali sentado à beira mar
Sem ver o mundo a mudar
Sebastião olha o ditado popular
Antes desengano que andar enganado
Pouca terra, pouca terra
Falta pouco p'ra chegar
E nós a ver o mar
Passatempo, contratempo
O mau tempo há-de acabar
E nós a ver o mar
Sempre a ver navios lá ao longe a passar
No oceano do esquecimento
Como se o destino nunca fosse mudar
Ou não se lembrasse da gente
Sebastião ali sentado à beira mar
Sem ver o mundo a mudar
Sebastião olha o ditado popular
Antes desengano que andar enganado
Onde andará esse mar nunca dantes navegado
Onde foi a nau que levou
O teu sonho a outro lado e não voltou
Sebastião ali sentado à beira mar
Sem ver o mundo a mudar
Sebastião olha o ditado popular
Antes desengano que andar enganado
Pouca terra, pouca terra
O comboio vai parar
E nós a ver o mar